Nesta segunda-feira (17), os fãs poderão acompanhar mais uma edição do "Big Brother Brasil". Como nas últimas duas edições, a turma de competidores será divida em dois grupos: Pipoca, apenas com anônimos; e Camarote, que conta com famosos convidados pela produção do reality show. Neste segundo grupo, está Linn da Quebrada, cantora, atriz e a segunda mulher trans a participar do programa.
A artista começou a se destacar no cenário musical em 2016, ao lançar as músicas "Talento" e "Enviadescer". Provocadora, a então MC Linn da Quebrada, ao lado de sua fiel escudeira Jup do Bairro, também uma mulher preta e trans, cantava sobre a sua experiência de vida como preta de classe baixa, sobre ser uma travesti - Linn dificilmente refere-se a si mesma como uma mulher trans, mas sempre travesti, como uma forma de resgatar o termo marginalizado -, sobre sexo e tudo o que pode incomodar os espectadores mais conservadores do "BBB".
Linn mostrou para o que veio, realmente, em 2017, com o curta "blasFêmea". Co-dirigido por Marcelo Caetano ("Hit Parade"), a produção também serviu como um videoclipe para "Mulher", música em que a artista canta sobre as travestis, especialmente as que vivem da prostituição, uma condição bastante comum a esse grupo.
Foi com "blasFêmea" que Linn encabeçou uma campanha de financiamento coletivo para lançar o seu primeiro álbum, "Pajubá", em outubro daquele ano. O compacto reuniu os principais sucessos da artista e contou com participações de Gloria Groove, Mulher Pepita e Liniker Barros, ex-vocalista da banda Liniker e os Caramelows e amiga de longa da data de Linn. As cantoras são alguns dos expoentes de um grupo de artistas que constrói um cenário musical representativo, lutando e resistindo contra preconceitos de gênero, sexualidade, classe social etc.
Em 2017, Linn também fez a sua estreia como atriz, no longa "Corpo Elétrico", dirigido por Marcelo Caetano. Também mostrou o início da sua carreira na música em "Meu Corpo é Político", de Alice Riff, e despiu-se por inteira - literalmente - em "Bixa Travesty", documentário biográfico dirigido por Claudia Priscilla e Kiko Goifman.
No ano seguinte, fez uma pequena participação em "Sequestro Relâmpago", longa de Tata Amaral com Marina Ruy Barbosa e, em 2019, foi uma das protagonistas da série "Segunda Chamada", da Globo, além de ganhar um programa de entrevistas no Canal Brasil, o "TransMissão", ao lado da colega Jup do Bairro. Em 2021, em meio à pandemia de coronavírus, lançou o seu segundo álbum, "Trava Línguas", e agora prepara-se para vivenciar mais um desafio: o de estar na casa mais vigiada do Brasil.