Travestis Blog

O movimento travesti em são Paulo
Educacional / Março 31st, 2021 4:26 pm     A+ | a-
São Paulo é terra da diversidade, além de um grande centro financeiro brasileiro, é uma das
cidades mais populosas de todo o mundo. Sampa é terra de encontros, de recomeços e de
gente que busca um lugar ao sol, gente que batalha por algum reconhecimento todos os dias
no anonimato da vida, gente que sonha. Meninas trans de todo o país viajam para a capital
paulista em busca de uma vida nova onde possam ser aceitas de alguma forma pelo que
realmente são. Hoje em dia, o termo travesti, que já foi usado como chacota em outras
épocas, agora remete a resistência e empoderamento.


A luta por reconhecimento trans não vem de uma só travesti sp mas sim de toda uma
comunidade no Brasil. Apesar de recente, o movimento LGBT e seus quarenta e poucos anos
de existência sofreu diversas modificações ao logo das décadas para acolher diversos
seguimentos. O que fora conhecido como antigo Movimento Homossexual Brasileiro, se
tornou o movimento que conhecemos hoje, que busca não só o respeito a sexualidade e
identidade de gênero de uma minoria, mas sim reconhecimento da sociedade pelo que nós
somos.
A década de 90 no país remonta a um Brasil que ainda se recupera de anos de repressão de
uma rigorosa ditadura, só então os movimentos e expressões começam a tomar a cena local
paulistana, trazendo o ativismo à tona em um momento que a travestilidade ainda era pouco
discutida. Nesse momento grandes nomes surgiram das ruas, cafetinas ficaram conhecidas
pela sua violência e garotas iam para o exterior em busca de uma oportunidade. Infelizmente,
a rua era o destino de muitas meninas no início da transição, não por escolha, na maior parte
das vezes, por pura falta de oportunidade. Ainda hoje em tempos modernos o Brasil é um país
que hesita em empregar transexuais no mercado de trabalho, as colocando em uma lacuna fria
a margem da sociedade, lhes restando o trabalho sexual como refúgio.
São Paulo abriga centenas de garotas que buscaram algo a mais da vida em sua
pseudoliberdade oferecida pela sociedade que as repreende apenas por ser quem são. A
cidade das oportunidades também desmonta sonhos e desintegra pessoas aos poucos,
consumindo sua humanidade nas ruas pela necessidade de sobrevivência. Uma travesti com
local próprio de trabalho é considerada privilegiada em vista as que caem nas garras das
cafetinas e suas multas infinitas, ou que se rendem às drogas ilícitas para continuar seguindo
em frente. Associar travestis com a criminalidade é dar passos largos para trás em vista de
todas as conquistas de uma classe que ainda sofre e luta por dignidade.
No país que mais mata trans em todo o mundo, São Paulo é o estado com maior índice de
violência contra travestis em todo país. Todos os dias garotas perdem a vida para a violência e
o preconceito, todos os dias alguém se torna parte de uma triste estatística. Há muito o que
mudar ainda, a luta nunca chega ao fim. Resta viver na esperança de que um dia a
travestilidade não seja mais um tabu, e sim símbolo de esperança e força.
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